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Fode Fode Patife

Fode Fode Patife

Boas Frestas

19.12.11
Pouso o olhar nos livros quedados na estante à minha frente. Penso nos que escrevi o prefácio, nos que estão autografados pelos autores e nos que simpaticamente me incluem nos agradecimentos. Pergunto-me quanta da sabedoria neles contida terá passado para mim. Terá sido muita. E no entanto, não deixo de sentir o mesmo que aquele fodilhão que se farta de californicar:

«Mistakes were made, hearts were broken, harsh lessons learned. There are things I need to figure out while I drown in a sea of pointless pussy.»

E com isto vou para terapia intensa. Até Janeiro. Altura em que voltarei para relatar o aviamento de um qualquer cagueiro.

Boas frestas.

Tantas pachachinhas para pinar

15.12.11
Tenho tantas pachachinhas para pinar, que mal tenho tempo para articular uma frase. Com a idade, cada vez vou demorando mais tempo na pinada e as pachachinhas vão acumulando à minha porta. A fila de espera já dá a volta ao Chiado. Já devem ter reparado e certamente pensam que é a fila para a loja da Nespresso. Estão profundamente enganados. Tenho tantas pachachinhas para pinar que não tenho sequer fôlego para escrever e vir contar com detalhe toda a minha arte comilona. O Pacheco, esse, nunca vira a glande à fruta e deixa-me de rastos, sem tempo para vir aqui relatar as pranchadas. Tenho tantas pachachinhas para pinar que não sei se me desate a vir, se me ate a chorar.

Boquental

12.12.11
Estou cansado que andem a brincar aos socialismos. Por isso, hoje acordei a pensar que se o Bocage e o Antero de Quental fossem um só haviam de ter parido relíquias poéticas capazes de dar um novo fulgor ao socialismo experimental. E se o Bocage e o Antero de Quental fossem um só teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:

Nirvana

Pinar assim: sem ciúmes, sem saudades,
Com tesão, sem amor, sem carinhos
Livre de angústias e confidencialidades,
Deixando pelo chão cuecas e pinguinhos.

Poder pinar em todas as cidades;
Poder aviar em todos os caminhos;
Cumprindo com prazer as necessidades,
Confundindo pachachas com rabinhos;

O tamanho pode parecer medonho
E primeiro tem de ser mamado;
Mas ao olhar até parece um sonho;

É preciso ter alma para tal envergadura
E é vê-las ir onde nunca tinham chegado:
Ao extremo da minha picha dura.

Escolhida a dedo

08.12.11
Adoro a minha empregada doméstica. Chama-se Ava, é alta, loira e ucraniana. Sim, foi escolhida a dedo. No processo de selecção passei o dedo pela senisga de todas as empregadas assim que as apanhei distraídas de costas. A Ava foi a única que não me bateu, por isso foi naturalmente a escolhida. A dedo. Vem cá a casa duas vezes por semana e eu faço por estar sempre presente, estatelado no sofá a dizer disparates enquanto ela trabalha. Ela faz-me a cama e eu grito logo do sofá para ela me fazer a mama. São coisas assim que nos fazem ter uma relação patrão-empregada muito especial. Gosto muito da Ava e seria incapaz de a afiambrar. Aliás, seria incapaz de sequer ousar pensar em comê-la à canzana enquanto lhe puxo as longas tranças loiras ao ritmo dos seus gemidos burlescos e ela me olha de lado como que a pedir que lhe chame nomes e a trate por porcalhona com sotaque ucraniano. Ontem trouxe-me pastéis de nata, porque sabe que eu gosto. Não demorei muito a dizer que preferia pastéis de rata. Ela ri-se muito destas coisas. Possivelmente por não perceber um corno de português. Na verdade a Ava é tudo o que eu sempre sonhei numa empregada doméstica: é à prova de fala. Ela gosta muito da minha barba de três dias e sempre que se vai embora passa as pontas dos dedos delicadamente pela minha face esquerda em jeito de despedida. Por acaso ela deve estar quase a chegar e reparo agora que a minha barba não está de três dias. Está de quatro. Falo da barba e não da rapariga que está à minha espera no quarto, que coincidentemente também está de quatro.

Carne para o meu canhão

05.12.11
Há tatuagens e tatuagens. Não me entendam mal. Sou um fã incondicional da liberdade individual e não aprecio a censura. Cada um faz o que quer com o seu corpo e, oh, como sempre instiguei as mulheres a fazerem o que querem, e o que eu quero, com o seu corpo. Mas tenho limites. E ontem os limites foram molestados. Mas comecemos por onde é suposto começar. Pelas mamas, portanto. Pensaram vocês, seus porcalhões. Mas não, vamos começar pelo início. Quando a vi a pedir um carioca de limão, toda a sua linguagem corporal dizia-me em surdina “bem-vindo à foda dos milhões”. Como sou um ás do subliminar, captei a mensagem à primeira. Ela mexia-se daquela maneira por vocação. Já com o Patife é mais provocação. E da de alto gabarito, o que a fez seguir-me até casa como se fosse carne para o meu canhão. Mas assim que se começa a despir vislumbro na omoplata a tatuagem de, espantem-se, um unicórnio. Podem não estar a perceber o meu pânico, mas é que o Patife passa sempre umas horas a aviá-las por trás. E imaginar-me a dar-lhe à canzana e ao mesmo tempo ser obrigado a ver um pónei com um strapon enfiado na cabeça é coisa para a qual não há nabo que resista.