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Fode Fode Patife

Fode Fode Patife

Adeus

26.11.12

(Em formade Bocandrade)

Já gastámosas palavras todas, meus amores,
e o que nos ficou não chega
para afastar o cio destas quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o riso das lágrimas,
gastámos as mãos na ânsia de nos escrevermos,
gastámos o relógio e o século dos dias
com palavras que nos suspendiam.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tinha tanto para vos dar,
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais vos dava mais tinha para vos dar.

Mas isso era no tempo dos grandes enredos,
era no tempo em que as palavras refulgiam,
era no tempo em que os meus olhos
vos guiavam para um mundo onírico.
Hoje são apenas uns olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meus amores,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as chonas estremeciam
só de murmurar o meu nome
no silêncio da sua emoção.

Não tenho já nada para dar.
Dentro de mim
nada há para continuar.
O passado é tão bonito como um papo.
Mas já vos disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Ioga-mos

22.11.12

Ontem fuia uma aula de ioga. Obviamente que pouco interessado estava nas práticasmeditativas da coisa. Mas haviam de ver a professora. Alguma coisa ela deviaestar a fazer bem para ter um corpo daqueles. Foi por isso, por puracuriosidade pela motricidade humana, que me inscrevi na aula de ioga para sabercomo é que ela conseguia manter aquela forma. E foi assim que quando meapercebi estava no epicentro de uma aula de ioga com quinze rabos espetados naminha direcção. Aquilo mais parecia uma aula de prospecção de movimentos dignosdo Pacheco. Por isso, tomei notas oculares de todos os bicos arrebitados, rabosempinados e papos de cona emproados. Nada me escapou. Até fiquei com umadistensão muscular na retina. No final da aula a professora chamou-me à parte edisse que não ia tolerar que eu voltasse à sua aula. Que me tinha topado e queeu não respeitei os Chakras não sei do quê, que era um tarado e que não mequeria voltar a ver. Mas disse isso apenas da boca para fora. Até porque nomomento seguinte ela estava com isto da boca para dentro.

Diário de Bordas do Patife IV

19.11.12

 

Nesta rubrica, um dia do diário de bordas do Patife é aqui transcrito todos os meses semcensuras.
 
20 de Outubro
 
Do outrolado do bar do hotel está uma mulher sozinha a fumar um cigarro. Pergunto-me qual seria a sua reacção se a mandasse sugar-me a trombeta com a justificação: É só um pénis. Não te fará pior que um cigarro.
 
Continuo a acreditar que o sexo anal é das coisas mais sobrevalorizadas do mundo. É isso e o sabor do caviar. Mas não é por isso que deixo de os comer.
 
A empregada de mesa do restaurante disse-me que o prato estava quente e que era melhor começar a tirar das bordas. Acabei de lhe entregar um bilhete a dizer que para tirar das bordas, primeiro tenho de o meter.
 
Hoje fizeram-me um bico enquanto eu estava a guiar o carro. Registo o momento de euforia interior quando passei por Pinheiro de Fora enquanto estava com o pinheiro dentro da goela da moça. É o facto de encontrar felicidade nestas pequenas coisas que me faz acreditar ser alguém especial e o sonho húmido de qualquer psicoterapeuta. Em particular esta última.
 
Não sei por que raio as mulheres são tão obcecadas por sapatos e penteados. É que os homens reparam em tudo o que está precisamente entre os pés e os cabelos. Escutem-me bem: Não queremos saber das extremidades para nada. A não ser da extremidade do nosso pincel.

Picha de dança

15.11.12

Hámulheres que dão nas vistas. Aquela dava nas pichas. Podia dar-lhe para pior. Edar nos hidratos de carbono, no sal refinado ou assim. Mas não. Dava apenas naspichas. E dava de tal maneira nas pichas que imaginar uma queca entre estaestouvada da crica e aqui o mestre da zarabatana era como juntar a fome àvontade de foder. Na noite em que a conheci, estávamos num evento chique e elaestava toda armada do alto dos seus grandes tacões. Lembro-me de olhar para elae pensar: Tanto tacão e eu que só quero meter o taco na cona. Desculpem. Hálimites para a ordinarice. Eu sei. Agora fui longe demais. Fui eu agora e o meunabo nessa noite. Estou em crer que lhe cheguei a tocar com o Pacheco nodiafragma e reparem que ela não me estava a abocanhar a lentrisca. É que amagana saltou-me para cima e só lhe faltou dançar o samba com a pachacha emcima do meu besugo. Caiu para o lado extenuada, quatro horas depois de abrir apicha de dança. Gosto muito quando vou a casa delas e lhes dou uma pinada docaralho. Como sou bem educado, no final, enquanto me esgueiro sorrateiramentedo quarto para fora, deixo-lhes sempre algo para as fazer recordar de talmágico momento assim que acordarem. Quem pensou numa rosa ou num bilhetepode ir corar de vergonha e ir tratar da pirosice crónica. Eu falo de nhanha.Não apenas de umas gotinhas. Falo de doses massivas de nhanha. Por vezes tenho momentos de cavalheirismo assim. Quando o Patifequer, o Patife capricha. Capicha.

De quatros na mão

12.11.12

Já devoter confessado que gosto muito de jogar poker. Mas não é cá online. É ali, àantiga, com fichas palpáveis, olhos titubeantes e o prazer do controlo ou, pelomenos, da sua ilusão. Mas há algo que confere ainda mais magia ao jogo depoker: Mulheres a jogar. Aí, o domínio exerce-se primeiro sobre a mesa de jogoe depois sobre a cama do Patife. É uma equação simples e se forem bons a jogarpoker, experimentem e logo me dirão se não tenho razão. Este fim de semana fuipassear à Madeira e arranjei por lá um jogo de poker onde estava uma gaja podrede boa. Eu já cheguei ao jogo meio turvo porque assim que desembarqueiemborquei logo seis ponchas de enfiada. Acontece-me sempre isto assim que chegoà Madeira. Meto logo a pata na poncha. Mas adiante. Estão seis jogadores emjogo e quatro fazem um fold à mariquinhas, deixando-me sozinho com a boazonanaquela mão. Assim que penso isto, só imaginava era mão daquela safardana nomeu sardão. Por isso tive de me concentrar. Ela estava de peito cheio, coisaque me distraía as retinas das cartas, mas mesmo assim consegui ver o reflexode uma confiança sólida no seu olhar. A questão é que eu também tenho uma boamão, à custa de anos a domar o Pacheco, e sou temerário. Ou isso ou estavabêbado. Por isso faço all in. A sua cara rasgou-se num sorriso confiante, dequem me tinha acabado de enganar e acompanha o all in, mostrando a suas cartas.Um poker de quatros. Quando lhe mostrei o meu jogo superior, ela ficou com umolhar vago, de quatros na mão. Nem se deve ter apercebido da ironia da questãoquando no momento seguinte ficou de quatro na minha cama.

Bocapedro Oom

08.11.12

Ontem deiuma pinada com a técnica do carrinho de mão. Depois detive-me a pensar que sepode foder de todas as maneiras e feitios e lembrei-me do Pedro Oom, que tambémachava que se podia escrever de todas as formas. São acções similares e ambasigualmente dignas. O Oom usava a caneta, eu uso o pincel. Mas a finalidade é amesma: deixar uma marca na História. Apesar de eu também deixar marcas emmuitas pachachas. É uma espécie de extra. Por isso, hoje acordei a pensar que se o Bocage eo Pedro Oom fossem um só, haviam de ter escrito poemas de inigualávelsingularidade ordinário-surrealista. E se o Bocage e o Pedro Oom fossem um só,teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:


Pode-se foder

Pode-se foder sem pornografia
Pode-se foder com sintaxe
Pode-se foder em português
Pode-se foder uma língua sem conhecer essa língua
Pode-se foder sem saber foder
Pode-se pegar no falo sem haver foda
Pode-se pegar na foda sem haver falo
Pode-se pegar no falo sem haver falo
Pode-se foder sem falo
Pode-se sem falo foder o falo
Pode-se sem foder foder isto tudo
Pode-se foder sem foder
Pode-se foder sem sabermos nada
Pode-se foder nada sem sabermos
Pode-se foder e saber a nada
Pode-se foder nada
Pode-se foder com nada
Pode-se foder sem nada
Pode-se não foder

Amo-te

05.11.12

Amo-te! Ousou soltar ela a meia foda,deixando-me o nabo à beira de um enfarte do miocárdio fálico. A pausa originadapor esta transgressão verbal, seguida da minha cara de enfado, fê-la entrar emjustificações atabalhoadas enquanto corava: Não estou a dizer por dizer... amo-te mesmo. Foi o que aquelaalminha conseguiu dizer para tentar salvar a face. Aí, serenei. Adoro brincarcom pachachinhas, bicos tesos e pandeiretas arrebitadas, mas se há coisa com aqual não gosto de brincar é com sentimentos. E se uma coisa é saborear ailusão, conhecendo os limites da realidade, outra profundamente diferente nasua essência é viver na ilusão. Por isso, expliquei-lhe que eu não estava alipara o amor, da mesma forma que o amor não estava no mundo para mim. Disse-lhe ainda que o primor dos seus contornos pachachais totalmenterapadinhos me faz arrebitar o pirilau e que o seu rabo empinado me dá vontadede lhe dar tau-tau. Mas que só lhe queria foder a chona e não o coração. Ela,meio assustada, como quem ousa virar a cara à realidade, riu-se e disse: Tu também tens sentimentos. Isso é o medo afalar. Mas não era. Era apenas a sinceridade do meu nabo a falar.