Estou apaixonado. É com lamentável pesar que vos digo que estou apaixonado. Vi-a ontem, a passear pelo Chiado. E foi amor à primeira picha. Trazia anexada uma gaja que não usava cuecas e por isso é que a vi. A gaja semi inclinou-se e eu vi-a, em forma de dois papinhos dispostos de forma sublime. Parecia arte. Não demorei muito a entabular conversa com a dona, que eu cá só me apaixonei pela sua chona. A retórica do Patife dá cartas e não demorei a cair nas suas boas graças, apesar de eu querer era cair na suas bordas lassas. Claro que pensei isto alto e aí é que foi o sarilho. Começou logo a alardear não sei quê de ser mulher séria e disse para me pôr fino. Não sei se estava a falar comigo ou com o Pacheco, que tinha acabado de se pôr grosso. Não andasses de papo ao léu na rua e nada disto te acontecia. Assim é estar a pedi-las. Depressa emendei a mão, desviando subtilmente o assunto para o descomunal tamanho da minha verga. Mas tratou de responder: «Patife, não me metes medo!». Apeteceu-me responder-lhe: «Ó filha, não é medo que eu te quero meter.» E tal como me apeteceu, assim o disse. Ela sorriu e aí eu percebi que estava já meio caminho mamado. Para a outra metade do caminho foi preciso abrir a traqueia muito mais do que lhe seria exigido. Ainda tentei desonrar-lhe a senisga à lorde mas acabámos por ficar mesmo pelas artes chupistas. É que ela foder, fodia. Mas não era a mesma coisa.
No outro dia pus-me a sacar uma série. Poucos minutos depois achei que deveria era estar na rua a sacar gajas. Em boa hora o fiz. Há um fenómeno raro que ocorre na cidade de Lisboa de tempos a tempos. É à espera desse momento que me levanto todas as manhãs cheio de ânimo. Ou pelo menos ajuda. E há noites em que saio à rua, entro num espaço nocturno lisboeta e para onde quer que me vire só vejo gajas com ar esfomeado, daquelas que a qualquer momento te podem saltar com a boca à trombeta. Sem sequer pedir licença. É um movimento cabril que enche as ruas de desejo não deixando espaço para mais nada. A não ser para o Pacheco em goela alheia. Nesses dias nem homens se vêem na rua. Quero crer que já foram todos afiambrados por uma digna representante desta manada caprina toda libidinosa da pachacha. Mas nesse dia o fenómeno ocorreu a uma escala inimaginável. Mal tinha espaço para caminhar. Tudo em volta eram probabilidades infalíveis de espetanço. Tanta e tanta cabra brocheira em potência que aquilo mais parecia um filme à medida da minha longa metragem fálica. Até faziam fila para entrelaçar o olhar de engate com o meu. Acabei por levar duas para casa, pois não podia levar todas. Mamaram a bom mamar, as safardanas. Pareciam as ninfas gémeas do chupalhanço da corneta. Já eu, enquanto elas se entretinham a lambuzar-me o besugo com a língua em simultâneo, ensaiei uma pose triunfal para o orgasmo enquanto gritava de janela aberta: “Tenho uma pila bilingue!”.
Este fim de semana fui à praia para aproveitar o fim da época balnear do Pacheco. Assim que chego a uma das minhas praias naturistas de eleição vejo logo uma gaja de papo para o ar. E que grande papo. Completamente rapado e de bordas bem definidas. Qualquer peitinho de frango ficaria invejoso. Deitei-me não muito longe, se bem que se tivesse uma erecção não duvido que o Pacheco lhe cutucasse o ombro. Quando ela se virou e reparou no meu portento de nabo rapidamente entabulámos conversa. Juro que eu estava muito contido, mais preocupado em bronzear o Pacheco, conferindo-lhe um tom dourado próprio da sua majestosa posição social. O problema é que ela meteu o charro à frente dos dois. Dadas as primeiras passas já não me apetecia outra coisa que não fosse aviar-lhe a bichana solarenga até as areias ficarem movediças. Só que levantei o olhar e ao longe consegui vislumbrar uma pachachinha ainda mais perfeita que aquela que eu estava a esbardanar à bruta. A cona da vizinha é sempre melhor que a minha.