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Fode Fode Patife

Fode Fode Patife

Diz-me o teu signo, dir-te-ei como te pino

12.03.21

Assumo não saber o nome da maioria das mafarricas que passou pela minha cama, mas sou capaz de saber qual o signo do Zodíaco a que todas pertencem. Não que me interesse por astrologia, mas todas decidiram partilhar comigo essa informação e informação é poder.

Este conjunto de informação zodiacal pré-pinada, aparentemente irrelevante, (uma contou-me o seu signo a meia-foda, mas prefiro não recordar agora esse momento) está revestido de um conhecimento profundo sobre certos padrões de comportamento sexual partilhados pelos mesmos signos do Zodíaco.

Após meses em confinamento a analisar a informação e a correlacionar tipos de pranchadas por signo, estou neste momento em condições de apresentar os resultados sobre a minha mais recente teoria de abordagem empírica. Esta tese estabelece uma correlação directa, e altamente fiável, entre o signo que as mulheres têm e a forma como gostam de fornicar. O estudo foi feito com base em 784 inquéritos Pachecais, realizados à boca da chona e feitos presencialmente por via nabal. O grau de confiança é quase tão grande como o meu Pacheco. Eis as principais conclusões da teoria: “Diz-me o teu signo, dir-te-ei como te pino”:

A Mulher Carneiro
É dotada de uma resistência e energia sexual fora de série e nunca se deixa vencer pelo cansaço de uma longa maratona de festa rija na cama. Pina como vive: intensamente e “a mil à hora”, capaz de deixar um nabo completamente esfrangalhado. Depois de ser aviado por uma Mulher Carneiro é certo que ficará com a rosca toda moída. Quer ser respeitada logo após a cavalgada, ainda a escorrer meita pelos lábios da senisga, o que lhe pode retirar alguma credibilidade momentânea. Confunde facilmente sexo com emoções e por isso tem desilusões afectivas amiúde.

Acção recomendada: É fugir antes de ficar com a gaita estragada e ela com a alma engatada.

A Mulher Touro
Até a foder querem estar na moda, sempre à procura da última tendência neste grande jogo das pinadas sociais. São tão vaidosas que ter um espelho por perto estimula-as ao ponto de ficaram molhadas só de vislumbrar o seu próprio reflexo. Falam e gritam sem pensar durante o sexo, mas arrependem-se mais tarde. Se teimam que te vão saltar com a boca à corneta, nada as demove. Uma espécie de magnetismo nabo-bocal.

Acção recomendada: Lembram-se do que aconteceu a Narciso, certo? Contudo, “Quem mamadas recusar, ao Inferno vai parar”.

A Mulher Gémeos
Tudo o que for foder de forma pouco convencional atrai a nativa deste signo, pois a sua personalidade curiosa faz dela uma fodilhona informada sobre diversas posições e brincadeiras sexuais. A versatilidade é uma das suas características principais e se puder introduzir um strap-on no vosso imaginário sexual, é certo que o introduz quase tão rápido como to introduz rabo acima. É muito independente e prática, sem grandes expectactivas de trocas de juras de amor pós-coital, preferindo estar com pessoas de mentalidade livre, fluída e maleável.

Acção recomendada: É pinar até rebentar, seus patifes.

A Mulher Caranguejo
A mulher que nasceu sob este signo é sensual e sedutora, e faz os impossíveis para agradar ao seu parceiro sexual. Precisa muito da aprovação masculina e por isso alinha em tudo. Mas desengane-se quem pensa que a nativa de caranguejo é uma devassa da pachacha, uma frenética da patareca, uma destrabelhada da rata. A mulher Caranguejo pina secretamente em busca de um príncipe encantado e constrói o seu castelo de nuvens idílico e artificial, onde tudo é belo. Por muita carga de bombada que receba bardanasca adentro, a Mulher Caranguejo exige carinho e atenção antes, durante, e depois da cambalhota sexual.

Acção recomendada: Nunca berlaitar uma mulher destas a não ser que tenham boas intenções, daquelas que o Inferno está cheio.

A Mulher Leão
As nativas deste signo possuem uma imaginação fértil e são capazes de levar o homem mais experiente à loucura. Adoram ser o centro das atenções e assumem uma postura sedutora e provocante em cada momento. Quanto mais atenção têm, mais se excitam. Gostam de falar alto ao ritmo do vaivém corporal e de ouvir palavrões durante o pirafo. A Mulher Leão quer estar sempre sobre o controlo da situação e precisa de sentir que é a caçadora e não a presa. Gosta de ter uma ventoinha ligada a soprar-lhe vento sobre a juba esvoaçante enquanto cavalga por cima do parceiro.

Acção recomendada: Se gostam de uma mulher que tome a iniciativa sexual e vos desvende novos mundos, e quem sabe novos fundos, esta é a escolha ideal.

A Mulher Virgem
As mulheres do signo Virgem gostam de fornicar de forma organizada, estável e responsável. Não pinam bêbadas, tão pouco sem preservativo, nem com a desculpa de que “é só a cabecinha”. Durante o festim sexual estão sempre ligadas ao mundo real, observando e analisando cada movimento, mais parecendo biólogas a tentar catalogar o comportamento das espécies animais. Não são exibicionistas e não apreciam tirar a roupa toda na hora de fornicar.

Acção recomendada: Para apreciadores de quecas enfadonhas e que não passem do primeiro nível de deboche, é uma opção segura. Contudo, pouco entusiasmante para pinadores mais experientes. É o típico filme sexual de domingo à tarde.

A Mulher Balança
Charmosa e fogosa, normalmente, não se priva dos seus prazeres. Gosta de ser surpreendida, de ser acariciada e de se sentir única. Fode com classe e elevação, envolta em sensualidade. Faz a melhor mamada do Zodíaco, certamente pela arte inata no balancear do pescoço, próprio das nativas deste signo. É merecedora do troféu “Corneta de Ouro” do Patife.

Acção recomendada: É de alta manutenção, mas dá alto tesão.

A Mulher Escorpião
As nativas do signo Escorpião representam o lado mais misterioso das quecas do Zodíaco. São naturalmente sedutoras e profundamente sexuais. Fazem pocinha na cuequinha a vários momentos do dia. Procuram projetar sexualmente uma aura de mistério, e de conduzir o rumo do pinanço para ações mais ousadas e rocambolescas. Fodem por instinto e não permitem que lhes amputem a beleza de seguir o acto impulsivo. São as quecas-Kinder do Zodíaco. São sempre uma surpresa.

Acção recomendada: Para quem gosta de emoção é abrir e esperar para ver o que vai sair dali. O que vai entrar já se sabe.

A Mulher Sagitário
É uma carrossel de emoções sexuais. Fode a 100 estados de espírito por minuto e vai do riso descontrolado às lágrimas mais rapidamente do que consigo mudar de preservativo. As suas súbitas alterações de humor podem passar de aficionada do anal a púdica do oral e vice-versa em menos de nada. Para a nativa de Sagitário, anal é o melhor remédio para a tosse.

Acção recomendada: O par ideal para uma noite diferente, intensa e surpreendente.

A Mulher Capricórnio
Possui um olhar vago, misterioso e hesitante, até nos apercebermos que apenas se esqueceu das lentes de contacto em casa. A sua pinada é demasiado séria e parece que lhe custa divertir-se e soltar-se. Sempre solícita para abocanhar a trombeta, que executa de forma a fazer corar de vergonha qualquer arauto da racionalização do trabalho, mas espera ser sugada em troca. A queca é quase um contrato sexual em que ninguém pode ficar a perder... a não ser a espontaneidade.

Acção recomendada: Nos Tempos Modernos já não se pina assim. É uma queca old-school em desuso.

A Mulher Aquário
Está sempre pronta a aprender e a conhecer novas sensações e outras formas de devassidão. Quer conhecer-se melhor intimamente e por isso explora todas as sensações malandrecas que lhe são apresentadas. Gosta de experimentar coisas novas e de foder de olhos fechados. Fica ofendida se levar umas palmadas no rabo.

Acção recomendada: Apenas aconselhável para quem consegue controlar as mãos de se aventurarem num festim de nalgadas.

A Mulher Peixes
Carinhosas e apaixonadas, são a experiência mais sensorial de todo o Zodíaco. Entregam-se ao deboche com muita facilidade, mas são algo inseguras e precisam de ser incentivadas constantemente com palavras de ânimo e validações constantes. Gostam de beijar na boca e de fornicar devagarinho e de forma fofinha. São dengosas desde a curva dos lábios até ao papo da chona. As nativas de peixes fornicam come se estivessem num filme de Hollywood ou num conto de fadas, passando por um misto de sentimentos que vão de amada a desprezada, passando por envergonhada e tarada.

Acção recomendada: Para enfadonha já basta a vida, certo?

Da série "Estudos Empíricos":

Diz-me o que comes, dir-te-ei como fodes
Diz-me a tua cor de cuecas, dir-te-ei como quecas
Diz-me a tua profissão, dir-te-ei como montas o sardão
Diz-me como bebes o café, dir-te-ei como fazes o banzé

Montanha-Russa de Prazer

09.03.21

Pela primeira vez na minha vida, tive um micro segundo de lamento por não ter uma relação fixa. Para o espírito de marinheiro sexual que tem uma mulher, não em cada porto,mas em cada porta, esta coisa da pandemia não veio nada a calhar. Estando o Patife a seguir estoicamente as recomendações sociais para não contribuir para o expandir da pandemia, já não expando a picha desde março do ano passado. Um ano sem expansão marítimo-fálica por entre os oceanos de prazer de uma simples pachachinha. Por instantes, penso nos homens comprometidos enfiados em casa com as suas excelsas e dedicadas senhoras. Imagino a carga de bombada diária que devem ter para, em união profunda, aplacarem em uníssono as ansiedades pandémicas e libertarem as frustrações do corpo e da mente num carrossel de sexualidade extrema. Imagino que se vivesse com uma mulher durante estes tempos de pandemia, pinaria de manhã, fornicaria de tarde, prancharia de noite e enfardaria piqueniques de pachacha algures no nevoeiro da madrugada. É que está mesmo à mão de se mamar. Seria toda uma montanha-russa de prazeres terrenos. Imagino que os amantizados estejam a redescobrir os seus desejos, a ensaiar novas empatias e intimidades, a explorar novas emoções, a partilhar cumplicidades sexuais, a tactear as traquinices do cérebro e da chona em cenário de privação de outros prazeres.

Poderia eu estar a fazer isto tudo se tivesse uma relação. Mas assim, limito-me a tentar equilibrar-me no traiçoeiro trapézio do tempo.

Entre nós e as pinadas

06.03.21

Esta noite estava ter dificuldade em adormecer. Então pus-me a pensar nas quecas que dei. Foram tantas pachachinhas para pinar que nem sei se me desate a rir, se me ate a chorar. Foi então que me lembrei que se o Patife e o Mário Cesariny fossem um só, haviam de ter escrito todo um poemário de inigualável singularidade sexurrealista. E se o Patife e o Cesariny fossem um só, teriam criado coisinhas poéticas lindas assim:

 

Entre nós e as pinadas há metal fundente
entre nós e as pinadas há corpos que dançam
e podem dar-nos sorte, confortar-nos, tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo

entre nós e as pinadas há perfis ardentes
pinadas cheias de gente de costas
altos decotes venenosos, conas por abrir
e mamas e fellatios e esperanças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha onde fornicamos
há pinadas de vida, há pinadas de morte
há pinadas imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há pinadas acesas como faróis
e há pinadas intimamente imaginadas

pinadas que guardam
o seu segredo e a sua posição

Entre nós e as pinadas, surdamente,
as mãos e as paredes em tremor

E há pinadas nocturnas, pinadas gemidos
pinadas que nos sobem ilegíveis à boca
pinadas diamantes, pinadas nunca escritas
pinadas impossíveis de escrever
por não termos connosco conas de violinos
nem todo o desejo do mundo, nem todo o amplexo do ar

e os dedos dos amantes escrevem
no soerguer dos corpos semi-quentes na madrugada
como se tivessem dedos de palavras
ou palavras nas extremidades dos dedos
palavras sensuais, só sombra, só soluço
só espasmos, só ardor, só solidão desfeita

Entre nós e as pinadas, os empinados,
e entre nós e as pinadas, o nosso dever pinar.

O espelho da memória

04.03.21

O Patife estudou as leis da química e da física, perdeu a virgindade ainda novo com uma militar do sexo feminino, levou muitas palmadas, mas deu muitas mais. Vende fantasias avulsas, faz do sexo uma doutrina verbal e rega-se todas as manhãs com sujidade mental. O Patife é parvo e tem a mania de falar mais do que fode, o que é um sarilho porque fode muito. Não bebe água da torneira mas gosta que lhe mamem na mangueira, escreve como quem fode, deseja ser invisível e sabe que um dia será idolatrado por milhões de mulheres em todo o mundo. Apesar de parvo é culto e quando não está no meio de mulheres está no meio dos livros. Por isso tem o sonho de fazer um threesome com a Rachel Weisz e com a primeira edição de “Humano, Demasiado Humano, um Livro para Espíritos Livres” do Nietzsche.

Com a pandemia, resta-me partilhar a memória, o espelho onde recordo as pinadas épicas de outrora.

Cavalheiro do pinanço

03.11.18

Por vezes recebemos sinais muito evidentes que só conseguimos perceber depois da asneira feita. Esta achava que me conhecia de algum lado. Cismava e cismava que já tínhamos sido apresentados. "Foi naquele bar", dizia. "Aquele... ai, estou com o nome na ponta da língua...". Do momento em que estava com o nome na ponta da língua até ter lá a minha pichota foi um tirinho. Assim que entrámos na sua casa lançou-me para cima da cama, pronta para se lambuzar com o Pacheco, e pelo ar de sofreguidão brocheira que apresentava, acredito que marchava o Pacheco e mais um par de chotas. E foi quando estava entretido com o meu fellatiozinho, que reparei no estado gasto e decadente dos lençóis de cama. Não se convida ninguém para uma cambalhota épica com este enxoval de terceiro mundo. Sou um artista da pinada e preciso de condições. Pequenas coisas como uma má iluminação, um jogo de cama turco com borboto ou umas cuecas com o elástico lasso, são elementos capazes de colocar em risco uma prestação de nível cinematográfico, que é a isso que me proponho sempre. Como sei de antemão que não vamos voltar a pinar, pois "Uma vez é ocasional, duas é relacional", empresto uma vivacidade e autenticidade únicas, pois é um momento que não se vai voltar a repetir e quero que fiquem com uma memória histórica de uma queca digna de tela de cinema. Coisa impossível de atingir tendo como palco uns lençóis turcos de uma cor há muito levada pela voragem do tempo. Agora que penso nisso, devia ter percebido a dica de que me estava a meter em maus lençóis naquele preciso momento. É que sempre tive particular atenção à idade das mulheres que vou pinando. Se as mais novas são demasiado idealistas, as mais velhas são demasiado cínicas. É preciso articular cuidadosamente um meio termo. E descuidei-me com esta, pois tinha um corpo tão hipnotizante que mal liguei aos sinais de evidente tenra idade do seu rosto. É como diz o provérbio: "Rapariga nova é como o ananás. Em cima está verde, mas em baixo está capaz." 
Com o idealismo próprio da casa dos vintes a pulular hormonas acima, haviam de ver a batalha que tive de enfrentar para sair daquele redemoinho de lençóis ainda mais aviltante do que na hora em que entrei. Os lençóis devem facilmente ter triplicado os borbotos com a intensidade do esfreganço e até a cor parecia mais enfadonha depois de ter sido exposta ao meu ritmo frenético de bombada. Se bem que aquilo já nem sequer era cor. Aquilo era o máximo que a cor pode fazer quando quer renunciar a ser cor. E eu, que só queria entra nos meus lençóis de cetim francês, perfumados e sem uma única ruga de tecido. Mas não. Insistia que tinha de dormir lá, "aninhadinhos", que lhe devia isso depois dela me ter dado a cona. Ela não disse bem assim, mas estão a ver a ideia. Já idealizava novas pinadas completamente abismada com a quantidade de orgasmos que tinha tido. Parece que há meses que só apanhava tipos que se vinham antes dela atingir o clímax e agora, de papo-cheio, fazia planos de futuro sem pedir licença. Toma lá que é para aprenderes. Mas convenhamos. É o apanágio de ser um cavalheiro do pinanço. Nunca atiro o meu foguete antes da fresta.

 

Quem anda à vulva, molha-se

10.04.18

Esta estava sentada sozinha num restaurante a jantar, o que é praticamente o mesmo do que convidar-me a sentar. Estava entretida com os seus pensamentos enquanto comia uma broa de milho. Claro que por mim, sentava-me de pronto enquanto dizia em tom todo sedutor: “És podre de broa”. E depois ela achava graça e levava-me para casa. Claro que sei que isto só tem potencial de sucesso dentro do meu imaginário, por isso sentei-me suavemente e optei pela abordagem certa, correta e digna, dirigindo-lhe um elogio singelo mas pleno de significado, soltando assim en passant: “Sabes que és broa comó milho?” Pela primeira reação da mafarrica, agora penso que devia ter optado pela primeira abordagem. Mas entretanto já estava sentado, e antes que ela me mandasse embora, desatei a falar. Poucos minutos depois já estava enredada pela teia da minha conversa, que certamente lhe causa uma ligeira pocinha na cuequinha. Assim já quase a permitir um slide & splash à boca da cona. Mas depois detenho-me a pensar no Roland Barthes e no mito moderno da sedução, onde o caçador é que é seduzido, capturado e encantado pela imagem da presa, que capta a sua atenção. Há uma enorme equivalência entre o amor e a guerra, e nos dois trata-se de conquistar, de seduzir, de capturar. Cada vez que um sujeito cai de amores, retoma um pouco o tempo arcaico em que os homens deviam raptar a mulher (sempre passiva). Do modelo primitivo subsiste um vestígio público: aquele que foi seduzido é sempre "efeminado". Mas no mito atual, dá-se o contrário. O sedutor nada quer, nada faz; é imóvel e o caçador é que é o verdadeiro sujeito do rapto. Por esta altura já estou mais interessado em jogar a uma espécie de "Quem é Quem" deste jogo da sedução do que ir-lhe à pachacha. É que não aceito sentir-me uma presa desta porca da Brandoa. Uma coisa é conquistar o caminho para a pachacha de uma badalhoca dos subúrbios. É quase como que um desafio, ainda que bastante fácil. Outra é um gajo permitir-se ser caçado por uma. E o Patife não é fácil de sacar. Por isso aticei-lhe aqui o meu pilão de caça até a deixar sem dúvidas de quem tinha sido capturada, e deixei-a tão, mas tão excitada, que aquilo resultou numa avalanche orgástica de eleição. Mas que enxurrada de meita de gaja. Enfim… é a vida de caçador: Quem anda à vulva, molha-se.

A Coelhinha da Páscoa

02.04.18
Nos últimos tempos ando particularmente atento às roupas com padrões de animais estampados. Noto que um número crescente de mulheres desfila na rua armada em animal de caça, num apelo explícito ao engate e ao avanço de qualquer predador natural, que não resiste a qualquer padrão da savana. É quase um efeito hipnótico. Eu cá caço-as, mas é mera caça recreativa. Não quero ficar com elas e levá-las para casa. Depois de caçadas, solto-as de volta para o seu meio natural de idealismo. No entretanto, trato-as muito bem. Quando não me pedem que as trate mal. Ontem passei por uma a subir pelo Chiado que levou este carnaval social a outro nível. Bamboleava rua acima com uma lustrosa estola de coelho, o que atiçou a raposa predadora que habita em mim. Oh filha, mascaras-te de animal de caça e claro que vais avivar o predador aqui à espreita. Bem sei que estamos na Quaresma, por isso percebo bem a dica que ela me está a dar. Sou um tipo muito atento a estas pequenas indicações sociais. Por isso, fiz dela a minha Coelhinha da Páscoa. Passei o domingo a esfolar-lhe o folar. 

Camelo polar

20.03.18

Quando uma mulher se veste com padrões de animais estampados nas roupas, está a comunicar a sua vontade de ser caçada. É toda uma simbologia tácita que aqui o Patifedesvenda em três tempos. Quanto mais raro for o animal escolhido para padrão,maior o fervor de ser apanhada. E andam por aí, à solta, a exibir a sua disponibilidade para serem papadas pelo predador mais atento e eficaz, que normalmente sou eu. Este fim de semana, uma esteve a atiçar-me continuamente durante horas com uma camisa padrão de chita. Dali até casa dela era um instante, mas como desatou a chover apanhámos uma grande molha. Acho que foi a vez em que deixei uma mulher molhada mais depressa. Quando chegámos a casa dela, atirou-meuma toalha e uma t-shirt lavada e disse que se ia pôr “mais confortável”. Sei bem o conforto visual que normalmente esta expressão acaba por originar, com figurinos de rendas e lingeries provocadoras. E foi quando ela apareceu… de pijama polar. Assim a piscar o olho ao sexy-fofo, só que não. Eu sei que estamos no inverno. Sei que está frio. Mas esta transgressão do convívio sexualnão é aceitável. Até percebo os pijamas de tecido polar quando se é casado há 10 anos. Aliás, essa é uma das muitas razões para não querer casar. Por isso é que a minha relação mais longa dura o tempo exato de uma pinada. Inteira. E olhem que são maratonas da esfrega. Longas caminhadas do pinanço. Agora, quando na primeira noite me aparece de pijama polar, com as calças de pelinho a arrepanhar-lhe as bordas da cona, sou capaz de jurar que me saltou um globo ocular. É que um camel-toe polar é contra-natura. É uma transgressão da teoria da evolução das espécies. É estar a brincar com a ordem da natureza. Estive para me ir embora com a afronta, até porque não sou nenhum bicho-papão. Mas tenho uma picha-papona. Por isso não descansei enquanto não lhe tirei o camelo das bordas da chona.

A Tarzana

12.03.18
Esta tinha a mania que era selvagem. Um andar despudorado, uns cabelos pretos e revoltos, peito para a frente - coisa que me chamou particularmente a atenção e me fez de logo levantar o salpicão - dizia chamar-se Ana e que era muito diferente das outras que eu tinha conhecido. Não demorou muito para que na minha cabeça ficasse conhecida como a Tarzana. Tenho de arranjar múltiplos estratagemas para me lembrar dos nomes das moças que avio à berlaitada. A minha memória é coisa que não dá para nada. Claro que assim que lhe dei o epíteto de Tarzana, o meu imaginário começa a divagar e, enquanto ela fala de si, toda cheia de confiança, eu apenas a vejo a agarrar-se à minha liana cheia de convicção. Acto contínuo imaginário, estamos já numa orgia e ela anda a gritar como uma verdadeira Tarzana enquanto salta de liana em liana, até se fixar na minha grandiosa zarabatana. Uma das coisas que mais aprecio na minha imaginação é a arbitrariedade. Tanto pode num momento estar armada em amazona da goela a abocanhar-me a fartura, como no momento seguinte estar num bacanal de proporção épica, a foder sem qualquer ética. São estas pequenas coisas que me fazem entregar ao carácter inesgotável do murmúrio da imaginação. Claro que com tanta fixação pelo imaginário, nem reparei que a gaja era estrábica. E foi aí que uma dúvida inadiável me assolou. Será que “Tarzana” é agora o nome mais adequado para me lembrar desta mafarrica? Ou será que a devo memorizar como Cabra Cega? Como ela entretanto tirou as cuecas, a dúvida foi adiada para depois da selvajaria sexual a que a submeti. Foi até lhe endireitar o olho.

Havemos de fornicar juntos

08.03.18
Esta noite acordei com um pesadelo tenebroso. O José Luís Peixoto estava a editar os meus textos. Páginas e páginas com anotações repletas de candura, sonhos e ambições de amor eterno. Garanto-vos que acordei com urticária psicossomática e uma camada de nervos tão grande que a insónia se prolongou manhã adentro. Para me entreter, comecei a pensar que se o Patife editasse os textos do José Luís Peixoto, haviam de ter escrito textículos de profunda sensibilidade que se tornariam numa epopeia de exaltação nacional, envolta numa carapaça estilística mais dura que o meu bacamarte. E se o Patife editasse os textos do José Luís Peixoto, teriam saído coisinhas lindas assim:

Normalmente, toda a gente está demasiado preocupada em colocar a sua estaca na cliente seguinte, andam ansiosos, nervosos, têm medo que aquele que está à frente lhes leve os pares de mamas, têm medo de encontrar um vestígio daquele que chegou primeiro. Enquanto não lhes arrancam as cuecas e espetam a sua estaca, não descansam. Depois, não descansam também, inventam logo outras maneiras de entreter a doentia mente com quem pode vir a seguir a eles. É por isso que poucos chegam a aperceber-se de que a verdadeira imagem do fervor sexual acontece num momento muito bonito e delicado, naqueles breves segundos que antecedem o momento em que um gajo entra chona adentro.

As canções e os poemas ignoram isto. Elevam campos, abraços, passeios na praia, paisagens de falésias, emoções, estrelas no céu, paixões e trastes de guitarras, mas esse momento específico, com ela de cuecas no meio das pernas a tremelicar, tal a sofreguidão de o meter, que antecede o arrombar pela primeira vez de uma bardanasca é ignorado ostensivamente por todos os cantores e poetas românticos do mundo. Bem sei que no momento há a crueza das palmadas que se seguem, há o barulho infernal de quem está a levar uma bem dada, gemidos de “ai-ai-ai Patife que m´arrebentas as bordas da cona”, há o barulho dos meus taurinos tomates a embater nas sinuosas curvas das nádegas, arranhões e apertos, todo um manancial de ordinarice e devassidão na entrega momentânea, e a noção de que depois seremos dois estranhos que não voltarão a tocar-se. Mas tudo isto, à volta, num plano secundário, só deveria servir para elevar mais ainda a grandeza deste momento.

É muito fácil confundir uma queca banal com uma preciosa quando surgem simultâneas e quase sobrepostas. Essa é uma das mil razões que confirma a necessidade da experiência. Foder é muito diferente de ver foder ou imaginar foder. Pelos olhos, incendiados pela carícia da insónia, passam-nos as fodas que escolhemos uma a uma e os instantes futuros que tememos que se sucedessem se uma dessas escolhas se tornasse definitiva: quando a seguir ela estiver a tentar ligar sofregamente vezes sem conta, a perguntar por que não saímos novamente ou a querer saber “qual-foi-o-problema-parecia-estar-tudo-bem”, é que nos apercebemos que pinámos uma vez e agora parece que temos logo de ir tomar o pequeno-almoço, pôr roupa suja na máquina enquanto cantamos, lavar os dentes juntos refletidos pelo mesmo espelho enquanto a espuma escorre pelas beiças, em vez de estarem com a boca cheia da minha generosa meita, a comunicar por palavras de sílabas imperfeitas, como se tivessem ficado com uma deficiência na fala depois de ter o meu Pacheco na boca.

Ter alguém que saiba ter a nossa picha na boca é um descanso na alma. Essa tranquilidade faz falta, abranda a velocidade do tempo entre pinadas. É incompreensível que ninguém a cante.

As canções e os poemas de amor ignoram tanto acerca de pinar. Amor também é pinar por aí afora, sem freios nem espartilhos sociais, é brincar com a arbitrariedade e aprender com as pinadas menos boas. Talvez seja uma queca épica, talvez seja uma desgraça, não importa. Mamas são mamas e não haverá televisão alguma que me distraia daquilo. Se me virarem o rabo também serve. É essa a magia deste amor. Pelo caminho, vai-se pinando, e chega-se ao fim da vida a equilibrar uma torre de chonas aleatórias.