A lenhadora
24.10.11
Assim que cheguei contaram-me que ela era lenhadora, pois perto dela ficava tudo de pau feito. Achei uma coisa ordinária de se dizer. Se há coisa que eu prezo é o respeito com que se fala de uma mulher. Por isso sentei-me ao lado dela e dirigi-lhe um elogio, mentindo com quantos dentes tenho, menos os do siso. A fronha daquele trambolho arreganhou-se tanto que até parecia reluzir. O pau, esse, já refeito do esbodegamento pachachal da noite anterior, começou a dar-me sinais. O Pacheco tem movimentos curiosos que, ao longo dos anos, me aperfeiçoei a interpretar. No caso, começou a latejar apontado para cima e percebi logo que estava a comentar o par de chuchas da moça comigo. E que grande mamaçal que a gaja mandava. Se há coisa que não se quer como as sardinhas é o par de chuchinhas, que só a muito custo se conseguiam manter dentro do decote. A conversa continuou e a canecas tantas ela já estava mais para lá do que para cá. E “para lá”, entenda-se “para o Pacheco”. Mas depois começou a ficar com problemas parvos de consciência de ah e tal só te conheci hoje, ah e tal vais pensar que eu sou uma oferecida, ah e tal eu não faço isto com ninguém, ah e tal não nos conhecemos assim tão bem. Oh filha, se achas que ir-te à cona é muito pessoal posso sempre ir-te ao cu, foi o que me apeteceu dizer-lhe. Mas como tenho uma sensibilidade acima da média e sei que palavras como cona e cu podem ser ofensivas, acabei por dizer-lhe: Oh filha, se achas que rebentar-te o pipi é muito íntimo posso sempre despedaçar-te o rabinho. Não me enganei pois a gaja voltou a arreganhar a tromba, cheia de satisfação. E uma coisa vos digo: Para bom enrabador meia haste basta.