A número 400
Quis uma futilidade do destino que a seguidora número 400 deste espaço fosse uma jornalista empertigada com uma fechadura tatuada no pescoço. Não estou habituado a que nada se feche quando estou com a picha dura, por isso, uma fechadura tatuada atrás das costas arrebitou-me aqui o glutão. E quando a jornalista “Key”, mesmo ali em baixo nos comentários do post anterior, manifesta vontade de me entrevistar, o Pacheco ficou logo de cabeça no ar. Na verdade já andava a estranhar o facto de ainda não ter sido contactado por essa plumitiva plebe. O Patife não é nada egocêntrico nem tão pouco gosta de dar entrevistas, mas a pensar no público português (cof cof) lá dei um jeitinho. É que o povo é quem mais me ordenha. E normalmente lá dou o leitinho, mas desta vez foi mesmo o jeitinho. Não foi por isso difícil convencer-me a dar uma entrevista durante um jantar num bom restaurante da capital. Agora, filha, se estavas à espera que eu só te desse a entrevista e não viesse logo para aqui relatar a épica pranchada com que te aviei a seguir é porque não estudaste bem o teu entrevistado. É que aparecer para jantar com o Patife, de vestido decotado e com a melena a destilar Palmolive Herbal Essences é assunto arriscado. É viver no limite do perigo. É estar a pedi-las. Cabelo asseado e sedoso sim. Agora a destilar aroma de Palmolive é sinónimo de pachacha fácil. É uma convocatória fodenga. Um apelo a todos os liberalistas da pinada. Um convite aos performers da pranchada. E como sou um autêntico cavalheiro e um comportamento honrado e respeitoso é o que todos esperam de mim, esforcei-me por não abrir a Caixa de Pandora da ordinarice. Pelo menos até ela começar a revelar o seu espírito mordaz. É que para mim quem tem espírito mordaz gosta de ser mordida atrás. E só com essa ideia fiquei logo com o Pacheco em ponto de rebuçado. Já no final do jantar a jornalista-seguidora número 400 ficou em ponto de rabo-usado. E mais não digo, que não quero escarrapachar aqui mais nada do que já deixei escarrapachado nessa noite.