Bocarrett
O Patife não é romântico nem tem queda para o Romantismo. É mais um estratega da esfrega. Um tecnocrata da rata. Um autêntico guru do cu. Por isso mesmo, hoje acordei a pensar que se o Bocage e o Garrett fossem um só haviam de ter saído preciosidades poéticas capazes de alterar o panorama literário romântico nacional. E se o Bocage e o Garrett fossem um só teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:
Não te mamo
Não te mamo, queco-te: o mamar vem d’alma.
E eu n’alma - tenho a calma,
A calma – do meu umbigo.
Ai! não te mamo, não.
Não te mamo, queco-te: o mamar é íntimo
E o íntimo - nem sentido
O trago eu já comigo.
Ai, não te mamo, não!
Ai! não te mamo, não; e só te espeto
De um espetar bruto e fero
Que o tesão te devora,
Não chega ao coração.
Não te mamo. És bela; e eu não te mamo, ó bela.
Quem mama é porque dá trela
E essa má hora
acaba sempre em perdição.
E queco-te, e não te mamo, que é forçado,
Mas antes ter o nabo gozado
Que esse indigno furor.
Mas oh! não te mamo, não.
E infame sou, porque te queco; e tanto
Que por ti o levanto
Por mim o espeto com vigor
Mas mamar!... não te mamo, não.