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Fode Fode Patife

Fode Fode Patife

Era uma vez uma ratinha

20.05.10
Tinha apenas seis anos de idade quando um dos meus “tios”, aqueles amigos dos pais que estão sempre por perto e que nos tratam por “sobrinhos”, me deu a primeira lição sexual. Calma taradolas. Não pensem já em rabetices. Aposto que todos sorriram de soslaio a pensar que o Patife pega de empurrão e imaginaram tio e sobrinho numa cavalgada épica de nabos ao vento sobre um campo de papoilinhas e feno, não foi? Não? A sério? Pronto. Então fui só eu. Mas não foi isso que aconteceu. Foi um primeiro ensinamento que me marcou para a vida e que teve grande importância no facto do Patife se ter tornado um artista do pinanço. Um trapezista da corneta. Um malabarista do postilhão. Um homem-canhão. Pronto. Já chega. Eu sei. Contou-me então esta história própria para rapazinhos de seis anos, esta fábula encantadora que já me foi muito útil, e cuja moral jamais esquecerei em qualquer tempo de vida:

Era uma vez uma ratinha. Uma ratinha que vivia na floresta. Estava a caminhar e encontrou um lago. No meio do lago estava um nenúfar e no meio do nenúfar um sapinho. A ratinha pensou: Isto é que vai ser um belo almoço. Quando se preparava para saltar e devorar o sapinho ouviu uma mosca a passar e pensou: Se esperar que o sapo como a mosca o meu almoço vai ter ainda mais proteínas. Aguardou pacientemente que a mosca fosse engolida e quando estava a preparar-se para saltar ouviu o som de uma abelha. Pensou: Espero mais um pouco, o sapo come a abelha e aí fico mesmo de barriga cheia. Assim foi. Decidida a saltar para abocanhar o sapo ouve, então, uma libelinha. E a ratinha pensa: Isto é uma maravilha. Se o sapo comer a libelinha vou ter um autêntico manjar. Aguardou até o sapo afiambrar a libelinha, vincou as patas no chão e prepara o salto triunfal para o nenúfar. No preciso momento em que está em pleno voo, o vento sopra mais forte, afasta o nenúfar do local e SPLASH. A ratinha cai mesmo no meio do lago. Moral da História: Quantos mais preliminares, mais a ratinha fica molhada.

Quando era miúdo aquilo não me fez grande sentido. Era apenas mais uma história parva. Mas há uns anos estava com uma matulona, daquelas que aguentam um estrafego de piçada valente, e fui com muita sede ao pote. Resultado: Ela tinha a chona mais ressequida que um bunker em deserto iraquiano. Claro que podia assumir o esquecimento da moral da história e contar-lhe a fábula para aligeirar a situação. Mas a moça ainda ficava ofendida e eu sou um senhor Patife. Por isso safei-me com um não menos significativo: Julgas que isto aqui em baixo é alguma picareta?

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