Meter o nabo entre as pernas
11.04.11
Eu bebo excessivamente quando estou com mulheres por perto muito por causa da mania que têm de falar de trabalho. Não percebo a obsessão que as mulheres têm em falar de trabalho. Já conheço o discurso de cor, já sei que o mundo laboral é injusto, que os medíocres e intriguistas é que vingam, que quem não chora não mama, que os chefes não prestam, que a do lado é sonsa, que a outra foi aumentada na mesma proporção em que aumentou o pincel do chefe, que o trabalho é muito, que andam há muitos anos nisto e ninguém lhes dá valor, que têm responsabilidade em demasia, que ai jesus agora trabalha-se até tão tarde e que um dia, há sempre um dia, atiram isto tudo para as urtigas. Não aguento mais. Comigo podem falar de ideias e ideologias, de mitos e mitologias, de filhoses e filosofias. A próxima que me voltar a falar de trabalho será, pouco gentilmente, aviada no rabalho. Isto a propósito da minha ida à ilha da Madeira no fim-de-semana passado. Não julguem que é a primeira vez que lá vou. Conheço a ilha da Madeira de fio a pavio da mesma forma que conheço as madeirenses do cio ao meu pavio. Aliás, do cio ao meu pavio vai um copo de poncha de distância. E como, invariavelmente, me começam a falar de trabalho, quando lá vou não consigo resistir e ponho sempre a pata na poncha. Por isso, sempre que aterro correm logo rumores pela ilha de que o Patife está a chegar e o medo do meu irresistível encanto leva-as a fazerem exactamente o que eu desejo. É que o medo é um afrodisíaco natural que as leva a meterem o nabo entre as pernas.