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Fode Fode Patife

Fode Fode Patife

Não há pescoços grátis

16.01.12
Dão-me azia bilhetinhos queridos, gestos largos, carícias delicadas. Tão pouco me seduzem momentos românticos, beijos inesperados, simpatias avultadas. Elogios rasgados, palavras ternas, abraços improvisados. Cedências, partilhas, confidências. Todas estas armas sociais para forjar intimidade causam-me uma gritante sensação de enfado. Não quero que se entreguem de corpo e alma quando prefiro que me entreguem o corpo para explorar com calma. Mas acima de tudo, não me abram o flanco do pescoço, distendendo-o de forma felina numa entrega cega de vulnerabilidade extrema. Pois se há coisa que aprendi na vida, é que não há pescoços grátis. Descobri isto durante um almoço grátis. Que, como toda a gente sabe, também não há. Ela paga-me o almoço e eu apago a seca sexual a que ela estava submetida. Da mesma forma que me entregou o pescoço e eu depois tive de lhe mostrar como ele é grosso. Mas continuando: Comeu como uma alarve, pouco se importando com as regras de conduta social. Não sei se seria da forma avantajada dos seus caninos ou da forma peculiar do nariz, mas enquanto deglutia o peixe, o seu rosto assemelhava-se ao de uma morsa. Fiz por visualizá-la assim durante toda a refeição. Talvez por culpa da minha mente que se divertia ao imaginar uma morsa sentada a comer naquele restaurante fino perante o olhar impassível dos presentes, ela ia falando e eu não percebia uma única palavra que ela dizia. Possivelmente porque estaria a falar em código morsa. Apenas acordei no final quando ela disse “Estou cheia”. Mas não tão cheia como ficou a sua pachachona horas mais tarde enquanto levava com o Pacheco.

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