O Picha Negra ou Bocassoa II
03.11.11
Ontem estive a reler “O Virgem Negra – Fernando Pessoa explicado às criancinhas naturais e estrangeiras” do Cesariny. E fiquei a pensar que gostaria que o Pessoa tivesse sido contemporâneo do Bocage. Se o Bocage e o Pessoa tivessem sido contemporâneos, ou se na linha cronológica literária o Pessoa tivesse surgido antes do Bocage, tenho a certeza que o Bocage teria publicado “O Picha Negra – Fernando Pessoa explicado às mafarricas naturais e estrangeiras”. Nessa obra imaginária, que teria dado maior fulgor a toda a nação e libertado o povo dos grilhões da mediocridade social e da imbecilidade sexual, poderíamos encontrar coisinhas poéticas lindas assim:
Autopsicopatifaria
O Patife é um fingidor.
Finge tão profundamente
Que chega a fingir que é cu
A cona que deveras sente.
Finge tão profundamente
Que chega a fingir que é cu
A cona que deveras sente.
E as que metem ao de leve
Na pachacha sentem bem,
Não uma bigorna que ferve
Mas uma que vale por cem.
E assim nas calhas da foda
Gira, a entreter a emoção,
Este bacamarte da moda
Que se chama Pachecão.
Contemplação
Contemplo o regaço húmido
Que o meu nabo aquece
Não sei se meto tudo
Ou se tudo te estremece.
Que o meu nabo aquece
Não sei se meto tudo
Ou se tudo te estremece.
O teu suco sabe a anis
Já sinto a picha bebê-lo
Não sei se já estás feliz
Ou se ainda desejas lambê-lo.
Já sinto a picha bebê-lo
Não sei se já estás feliz
Ou se ainda desejas lambê-lo.
Trémula, não me abandonas
Ficas na cama estendida
Por que fiz eu das chonas
A minha única saída?
Ficas na cama estendida
Por que fiz eu das chonas
A minha única saída?