Tirar a viga de misérias
16.12.10
Hoje acordei a pensar em aviar uma pandeireta à bruta. É o que dá passar a noite toda de volta dos anais do cubismo. É anais para cá, cubismo para lá e não tenho culpa se sempre que admiro uma obra do cubismo começo a pensar que o cu é um abismo tentador, ora foda-se. Os abismos sempre povoaram a curiosidade dos homens. Daí até haver filmes com esse título. É uma coisa inexplicavelmente magnética. O cubismo é uma simbiose perfeita de tentações: Um sempre atiçador cu envolto na neblina de mistério do abismo. Por isso não me julguem. Culpem o cubismo, os cubistas e os chupistas. Eu pelo menos culpo. Como se não bastasse o raio do cubismo exaltar a mente para a devassidão anal ainda tenho de ver obras de gajos com nome de Picasso e de Braque. É inevitável olhar para a bibliotecária e pensar: Com esta pica d´aço ainda te dava um baque no abismo do cu. Sei que não é coisa bonita de se pensar por isso meti a hipótese de dizê-lo em voz alta. Mas não se assustem pois eu tive uma educação prendada e sei bem que não se fala alto nas bibliotecas. Por isso fui sussurrar-lho ao ouvido. Dado o entusiasmo latente da moça presumo que ela não tenha percebido nada do que eu disse. Ou isso ou era uma grande porca. Viu-se perfeitamente que ficou logo com a vulva atrás da orelha, coisa só ao alcance de quem tem uma flexibilidade digna de uma autêntica porcalhona na cama. Assim que se virou e lhe vi o cubismo dentro da saia soube que tinha de lhe deitar as mãos à obra. Fechámos a biblioteca e levei-a explicitamente à secção do cubismo pronto para tirar a minha viga de misérias. Pensei que a deixa fosse óbvia mas ela não entendeu nada. O que vale é que o Patife é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é cu a cona que deveras sente.