Trabalhar no duro
07.10.10
Eu juro que desta vez estava sossegado no meu canto. Era feriado republicano por isso estava ali tranquilo na mesa da esplanada entretido com o meu whiskey velho. Mas uma mulher de sobretudo sentou-se mesmo na mesa da frente numa pose em que se via que o sobretudo estava sobre nada. Uma mulher de sobretudo que se senta sozinha a olhar para o vazio na mesa da frente está claramente a implorar por uma esfrega valente. De seguida pede um café duplo e aí tive a certeza que ela estava a dizer-me explicitamente que queria trabalhar aqui no duro. Gosto de mulheres habituadas a trabalhar no duro. É logo meio caminho andado para ver se as furo. Na verdade eu até estava cansado mas a mulher não desarmava nas insinuações: Bebia o café a fazer beicinho como que a dizer que gosta de ficar com ela atravessada, olhava constantemente para o relógio como que a dizer que era só para uma rapidinha e dos cinco botões do sobretudo três estavam todos abertos, um sinal claro de que tinha três buracos à disposição do meu nabo. Eram indícios a mais e o Pacheco é um autêntico pau mandado. Com tanta ordem tácita é impossível ficar com a picha flácida. Por isso lá me levantei e puxei com confiança uma das cadeiras da sua mesa. Ela olhou para mim como se não estivesse a par de todo o engate implícito a que me tinha sujeitado nos últimos minutos. Elas fazem muito isto. A linguagem corporal pede para serem sodomizadas à bruta mas depois optam por um discurso de santas beatificadas. Mas preocupado com o tempo da moça fui directo ao assunto: Oh filha, podia ficar aqui horas a falar do teu trabalho, mas na verdade não descanso enquanto não te for ao rabalho. (Nota mental: Tenho de ver esta obsessão de deixar cair a letra “t” das palavras. Já no Tribunal de Contas me aconteceu o mesmo). Mas enfim. Então lá fomos. Ela ia nitidamente nervosa. Até parecia que era a primeira vez que engatava um tipo numa esplanada. À segunda bombada já tinha percebido que ela era mesmo frígida. Parecia uma saca de batatas ali estendida. Às vezes pergunto-me o que motivará as mulheres a comportarem-se na cama como cadáveres. Mas voltando à vaca fria: Minha querida, se não pegas à primeira então vais pegar de empurrão. Ela escondeu o semi-sorriso: Ah Patife... isso seria uma maravilha. Era só o que eu precisava de ouvir. Porque quando usam o termo maravilha é sinal de que querem levar na anilha. Por isso, em dia da Implantação da República, implantei-o na sua ré púbica.